sábado, 16 de outubro de 2010

Sobre pesquisa e Iniciação Científica no Brasil

   De 13 a 15 de outubro de 2010 ocorreu na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de São Carlos, o XVIII Congresso de Iniciação Científica (CIC) e o III Congresso de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CIDTI) http://www.cict.ufscar.br/.
   Os Congressos ocorreram através de apresentações de trabalhos  de iniciação científica (ou de iniciação em desenvolvimento tecnológico e inovação), oralmente ou em forma de painéis, desenvolvidos por alunos da UFSCar e também de outras instituições de ensino superior. Além disso, foram oferecidos também minicursos sobre temas abrangendo diferentes áreas do conhecimento.
 - Tá. E eu com isso?
   Já fiz uma apresentação oral no CIDTI em 2008, mas na época estávamos em uma sala eu e algumas pessoas do meu curso que iriam apresentar seus trabalhos antes ou depois de mim. Esse ano (2010) tive a oportunidade de visitar a exposição dos posters no primeiro dia. O que vi me deixou bastante preocupado. Basicamente pude classificar os trabalhos que vi em duas categorias: os inúteis e os que eu não entendi o título (em geral esses tinham elementos químicos ou nomes de autores; e provavelmente deveriam ser inúteis também...).
 Nota: A visão expressa aqui é extremamente parcial, pessoal e baseada em uma amostra muito pequena.
   Se o papel de um Iniciação Científica for meramente apresentar o aluno de graduação ao mundo acadêmico, ao ambiente de pesquisa e etc. Ok, bem ou mal ela cumpre essa função. Contudo se espera-se algo a mais, algum desenvolvimento ou alguma inovação desses trabalhos, estamos com sérios problemas.
   A grande maioria dos trabalhos que vi era superficial, baseada em meras revisões bibliográficas (a.k.a. pesquisa no Google), vagas, inconclusivas ou extremamente específicas e de dificílima aplicação ou reprodução para gerar algo de interesse coletivo.
   As que mais me assustaram (talvez por eu tê-las entendido mais) foram as da Engenharia de Produção. Dois trabalhos mostravam um gráfico dizendo: Havia um problema -> Fizemos uma revisão bibliográfica -> Propomos soluções -> Chegamos a conclusões -> Volta do início. Grupos de cinco, oito alunos, desenvolviam trabalhos que concluíam que "X" pode ser bom ou pode ser ruim (Caramba! Genial... ).
   Outro trabalho que me marcou foi na área de turismo (sim, a UFSCar possui o curso de Turismo em seu campus Sorocaba). O trabalho dizia: Em 1980 surgiu um tipo de turismo tal, fizemos uma ficha para catalogar os lugares do tipo de turismo tal no estado de São Paulo, visitamos dois lugares e concluímos que esses dois lugares são do tipo de turismo tal. (Possível reação sobre isso: http://youtu.be/puOTe1JaVVc).
   Já fiz Iniciação Científica, sei das dezenas de dificuldades que podem surgir de todos os lados: falta de recursos, desinteresse do orientador, problemas de execução, erros de formulação de hipóteses, etc. etc. etc. Sempre deixamos para a última hora ou para as férias e acabamos fazendo o trabalho de seis, doze meses em um ou dois. Mas o problema é que há financiamento, bolsas, dinheiro público sendo aplicado nisso e a grande maioria desses alunos NÃO será de pesquisadores no futuro. Falta muito comprometimento com algum retorno ou resultado. A maioria faz esses trabalhos apenas para "ter no currículo". Isso é confirmado pelo fato da grande quantidade de trabalhos simplesmente ausentes na quarta-feira.
   E assim é alimentado o desinteresse e a desvalorização da pesquisa em muitos cursos (especialmente aqueles em que o mercado de trabalho tem escassez de mão-de-obra). Agora, falando mais especificamente sobre Computação (que é minha área e sobre o quê tenho mais conhecimento) não cria-se, não inova-se na pesquisa. O Brasil integra bem soluções já existentes por ser criativo. As novidades em geral estão muito descoladas de uma aplicação prática. Isso é ruim? Não necessariamente. Mas para mim a situação é preocupante. Se quisermos mesmo ser o "país do futuro" que tanto ouve-se com essa história de Copa, Olimpíadas, Pré-sal nossa postura diante da pesquisa e da formação de professores deve mudar radicalmente.
   Bom, caso queira algo mais sólido para tirar suas próprias conclusões sobre o assunto, a lista completa de trabalhos apresentados em ambos os congressos encontra-se aqui: http://www.cict.ufscar.br/cic/buscar_trabalhos/index.php?campo=titulo&busca=. Apenas um parênteses sobre os trabalhos rejeitados, creio que a maioria tenho sido por inadequação as normas referentes ao formato, não ao conteúdo.
   Como alertado, essa visão é parcial, pessoal e limitada. E você, o que pensa sobre Iniciação Científica ou sobre pesquisa no Brasil?

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Falta de tempo?

   Como eu disse no último post do Blog Entre Aspas (http://paginagabriel.blogspot.com/2010/01/mudancas.html), falar sobre falta de tempo renderia um post. Por isso resolvi escrever este primeiro post sobre este assunto.
   Faço muitas atividades extras na Universidade, brinco que estou vivendo "50 anos em 5". Muitas pessoas me dizem: "Nossa, como você consegue? Você deve administrar bem seu tempo." Isso é mito. Outra coisa que eu ouço com muito mais frequência: "Aí, estou sem tempo para nada." Isso também é mito.
   Você sempre tem tempo sobrando, sempre. Quando você realmente está sobrecarregado para de reclamar da falta de tempo e acaba topando fazer cada vez mais coisas. Para mim quanto mais coisas eu tenho para fazer, mais produtivo eu fico. Apelidei meu método de gerenciamento de tempo carinhosamente como "Sifudômetro".
   O método funciona da seguinte maneira: "Qual é a próxima bomba que vai estourar na minha mão?" Pronto, agora eu sei no que trabalhar.
- Ah! Mas eu tenho duas provas, um trabalho e uma reunião amanhã.
   Sem problemas, que horas é a primeira coisa? Às oito? Então vai nesse. E a segunda? Meio dia? Faz essa. E assim por diante.
- E quando eu durmo?
   Não dorme uai! Se a coisa chegou nesse ponto você tem que abdicar de algumas coisas. Não se pode ter tudo na vida, cabe a você fazer as melhores escolhas.
   A moral da história é: você sempre pode arranjar tempo para fazer tudo que quiser, tudo depende da sua força de vontade e do quê você está disposto a abrir mão para conseguir fazer algo.
   Agora, só para não ficar um post egocêntrico, cheio de comentários pessoais que podem não acrescentar nada para sua vida, gostaria de comentar com vocês sobre o método de gerenciamento de tempo chamado GTD - Getting Things Done. Muito indiretamente eu o aplico, pois o resumo dele é que quanto mais coisas você fizer, mais produtivo você ficará.
   A idéia básica é, primeiro tire da sua cabeça tudo que você tem para fazer. O mais comum é escrever suas tarefas. Depois observe suas tarefas, se algo levar menos de 3 minutos para ser feito, faça na hora. Se levar mais tempo divida as coisas em: Próxima ação, Esperando e Algum dia. Separe as coisas por assuntos (projetos) e contextos (trabalho, escola, etc.). Assim você sempre sabe o que tem para fazer como próxima ação. Segundo o método, a sensação de recompensa por ver sua "to-do list" sendo esvaziada torna você mais produtivo e menos preocupado.
   Bom isso, é o que eu lembro e como eu entendi o método, quer saber mais? http://lmgtfy.com/?q=gtd Há centenas de ferramentas on-line para aplicar esse método. A que eu uso é a GTD Inbox, um plugin para o Firefox que adiciona alguns botões no GMail para fazer essa classificação de Próxima, Esperando, etc. com e-mails.

P.S.: Eu fiz o primeiro rascunho desse post há 15 dias. Agora foi a segunda vez que mexi no rascunho.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Teste final - Posterous

Último(!) teste de uso do serviço Posterous para atualizar blog, Twitter, Facebook, Flickr, YouTube, Scribd, etc. ao mesmo tempo.

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Teste Posterous

Teste de envio de post através do serviço Posterous.com (citado no post anterior...).

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Mudanças

Bom, troquei o layout e a descrição do blog para tentar empreender um novo projeto.
Sai a descrição:

Seja bem vindo(a)!
Este é o "Blog" entre aspas, uma nova seção da Página Gabriel.com que é um blog, mas não é.
Vou explicar, o objetivo deste blog não é o de ser um diário on-line, mas sim um local onde eu possa colocar opiniões e comentários sobre assuntos gerais sem a preocupação de incluí-los em uma seção do site, aprofundar-me no assunto e ser preciso quanto as informações fornecidas.
Espero que a idéia de certo... Deixem comentários opiniões e sugestões.
E entra a:

Seja bem vindo(a)!
Este já foi o Blog entre aspas, uma seção da Página Gabriel.com. Agora ele é o "De dentro para fora", um blog com comentários sobre assuntos aleatórios, principalmente relacionados a vida universitária.
Há tempos estava querendo criar um blog para falar sobre a vida universitária e comentar o que acontece dentro da UFSCar. Posterguei bastante isso principalmente pela preguiça de criar um blog, editar layout, etc. (lá eu descobri que falta de tempo é muito relativa, quem mais reclama é que mais tempo livre tem; só isso já renderia um post). Talvez por isso tenha conseguido me adaptar ao Twitter no final de 2009. Eis que surgiu agora um serviço chamado Posterous que permite a postagem automática via e-mail para diversos serviços, incluindo o Twitter e o Blogger.
Como estou de "férias", me animei a tentar tocar o projeto do blog sobre a vida universitária e outros assuntos aleatórios via Posterous. Tentei então criar um novo blog no Blogger, mas todas as ideias que tinha para endereço já tinham sido registradas e os blogs tinham um ou dois posts e estavam desativados desde 2007, 2005, 2002, 2001... Restou-me usar esse blog mesmo, sobrepondo informações de projetos diferentes.
Hoje, portanto, oficialmente encerra-se o Blog Entre Aspas e inicia-se o De Dentro Para Fora.